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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Um dia após o processo democrático

As ruas, avenidas e praças da cidade do Recife amanheceram mais limpas na manhã dessa segunda-feira. Os cartazes e bandeira espalhados pela cidade, com propagadas políticas, não foram mais expostos. A final de contas, aqui não haverá segundo turno. No entanto, a partir de hoje, cerca de cinco mil pessoas ficaram desempregadas.


Fazendo uma revisão do período eleitoral, mostro-me indignada com alguns resultados do show da democracia que aconteceu no último domingo (5) em todo País. Por exemplo, o prefeito eleito à prefeitura do Recife, João da Costa do PT.


Há menos de um mês, João teve sua candidatura cassada e inelegível por três anos. A decisão foi tomada pelo juiz Nilson Nery que considerou "inquestionáveis" as provas de uso da máquina pública da prefeitura, administrada pelo PT, em favor de Costa. O juiz se referia aos 50 mil exemplares de uma cartilha do programa de Orçamento Participativo da prefeitura, apreendidos por conter um slogan da campanha do petista, e ao conteúdo de dez computadores da Secretaria Municipal da Educação, recolhidos e periciados pela Polícia Federal.


Mas mesmo assim, João da Costa foi eleito com 51,54% dos votos válidos. Ele estava concorrendo com seis candidatos. E conseguiu ganhar com uma vantagem muito grande do segundo colocado, que foi Mendonça, do DEM, que levou 24,63%. Em seguida: Raul Henry (16,40%); Cadoca (3,68%); Edilson Silva (3,05%); Kátia Telles (0,46%) e Roberto Numeriano (0,23%).


Outro candidato que também é ou já foi alvo de escândalos, mas venceu as eleições de 2008, foi o ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti, que foi eleito a prefeito de João Alfredo, com 52,31%. Ele ganhou destaque nacional quando assumiu a presidência da Câmara, em 2005, e se envolveu no escanda-lo do “mensalinho”, sendo acusado de receber dinheiro para prorrogar a concessão de um restaurante na Câmara. Ele renunciou para não ser cassado.

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